Distribuidores de Combustíveis Alertam Para Risco de Ruptura de Stocks

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Os fornecedores e distribuidores de combustíveis em Moçambique advertem que o clima de incerteza que caracteriza o actual ambiente de negócios no sector poderá, eventualmente, culminar com a ruptura no fornecimento nos próximos meses.
Alertam que existe o risco é real se os preços de combustíveis continuarem a subir com a mesma tendência. Mesmo que os preços não sejam reajustados em linha com o seu custo real, o governo poderá garantir a estabilidade de preços através de uma compensação justa às gasolineiras, com quem já contraiu uma dívida superior a 120 milhões de dólares.
No entanto, apesar do ambiente menos favorável, provocado pela alta de preços no mercado internacional, os distribuidores vincam o seu compromisso de continuar a abastecer o país, dentro de um quadro de diálogo e entendimento com os diferentes entidades que regem o funcionamento do sector em Moçambique.
A garantia é do Presidente da GALP Moçambique, Paulo Varela, um dos principais distribuidores de combustíveis líquidos no país, entidade que também diz estar em apuros devido a situação actual de alta de preços provocada pelo conflito Russia-Ukrania.
Varela deixou ficar a sua visão a saída de um encontro mantido com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), na busca de soluções para mitigar efeitos da subida de preços de combustíveis.
“Todos em conjunto temos que continuar a trabalhar para garantir a disponibilidade dos produtos e a custos mais baixos possível. O mais grave do que os preços altos, seria eventualmente a possibilidade que existe de haver uma ruptura, e pode haver porque a situação é altamente instável” disse Varela.
Segundo a fonte, era previsível a subida dos preços dos combustíveis para atingir os níveis actuais, face aos sucessivos incrementos no mercado internacional.
Acresce o facto de Moçambique continuar a praticar os preços mais baixos da região da África Austral, tornando o negócio menos rentável.
“O que é preciso compreender é que o preço da venda do combustível é fundamentalmente impactado pelo preço da compra”, disse.
Explicou que, penaliza o país o facto de importar 100 por cento de produtos refinados, que são mais caros que o petróleo, daí torna-se muito difícil contornar esta situação que é penalizadora para as empresas e consumidores finais.
Esclareceu que desde Setembro de 2021 que as gasolineiras estão a vender combustíveis abaixo do custo.
Há seis meses, os distribuidores importavam uma tonelada de gasóleo ao preço de 800 dólares que, no entanto, subiu para atingir actualmente entre 1.200 a 1.400 dólares. Entretanto, as projecções apontam, para dois mil dólares até Agosto do corrente ano.
“Temos estado a fazer um esforço muito grande no sentido de manter o fornecimento”, realçou.
Refira-se que já foram registados três vezes no corrente ano, no último incremento o preço da gasolina subiu de 83,30 meticais por litro para 86,97 meticais e o gasóleo passou de 78,97 meticais para 87,97 meticais por litro.