Alta de Preços de Combustíves Reduz Capacidade de Importação

Alta de Preços de Combustíves Reduz Capacidade de Importação

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A constante subida dos preços de combustíveis no mercado internacional está a reduzir a capacidade de algumas gasolineiras de Moçambique continuarem a mobilizar recursos para fazer as importações.

A Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO) considera que, se no passado precisava de entre 50 e 80 milhões de dólares norte-americanos para a importação de combustíveis, actualmente são necessários cerca de 200 milhões de dólares.

João Macanja, director da IMOPETRO, explicou ao “Notícias” que, devido à deterioração da situação financeira, cinco pequenas gasolineiras deixaram de importar os combustíveis.

No mês de Junho em curso, o crude que tem servido de referência para os preços dos produtos refinados tem estado a oscilar no mercado internacional entre 100 e 120 dólares o barril, tendo quarta-feira (29) sido negociado a 117 dólares.

João Macanja refere que, por exemplo, Moçambique e outros países adquiriam a tonelada de gasolina por 761 dólares em Fevereiro, mas o valor subiu em Março para 822 dólares até atingir 1068 dólares a tonelada em Maio.

Assim, em Fevereiro, o litro da gasolina chegava aos portos moçambicanos a 38 meticais, em Março a 41 meticais, em Abril a 47 meticais e em Maio a 54 meticais.

“É importante explicar que o nosso país compra o combustível por meio de uma cooperativa que se chama IMOPETRO, e isto tem a vantagem de poder reduzir os custos de aquisição por via da economia de escala, porque quanto maior for a quantidade adquirida maior será o desconto”, referiu Macanja.

Acrescentou que, ao Abrigo do quadro legal vigente, o país faz as aquisições por meio de um concurso público, obedecendo a padrões internacionais, o que assegura maior transparência no processo.

Garantiu que, apesar da erosão da capacidade de importação de algumas empresas, o país tem combustível assegurado para os próximos dias.

“A nossa importação ocorre em cada 22 dias. Neste momento em que estamos a falar, temos gasolina para 28 dias; jet – usado na aviação – para 26 dias; gasóleo para 37 dias”, tranquilizou.

O director da IMOPETRO apontou ainda que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia veio exacerbar um problema que já se vinha assistindo desde finais do ano passado, quando a tendência de abertura de alguns mercados começou a influenciar a procura dos combustíveis, facto que não foi acompanhado pelo aumento da produção, com impacto na subida dos preços.

O gestor da única importadora de combustíveis em Moçambique adverte que, se a guerra entre a Rússia e a Ucrânia se prolongar, o mundo continuará a ressentir-se dos preços elevados dos combustíveis.

“Sabemos que há algumas soluções que estão a ser equacionadas, como, por exemplo, o aumento da produção por alguns países produtores, mas isso só não vai impactar muito a oferta. Também há algumas movimentações para se colocar no mercado alguma produção da Venezuela e do Irão, mas acreditamos que não será suficiente para estabilizar o mercado”, previu Macanja.

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