Preços de Produtos Básicos Sobem no ‘Grossista’ do Zimpeto

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A menos de uma semana para a quadra festiva, os preços de alguns produtos básicos dispararam drasticamente nos principais mercados da cidade de Maputo, a capital de Moçambique, com destaque para o grossista de Zimpeto.
Como de costume quando chega a quadra festiva nota-se a escassez de alguns produtos de primeira necessidade e, consequentemente, agravamento dos preços em alguns mercados.
No mercado do Zimpeto, por exemplo, há uma semana, o saco de cebola de 10 quilogramas era vendido a cerca de 150 a 200 meticais, hoje (19) custa entre 250 a 300 meticais (cerca de 5 dólares norte-americanos ao câmbio do dia).
Já o saco de batata igualmente de 10 quilogramas antes comprado a 200 meticais, actualmente custa 300 a 350 meticais (perto de 6 dólares).
Contudo, o tomate está a registar uma ligeira queda de preços, uma vez que a caixa de 20 quilogramas que era vendida na semana passada a quase 1.000 meticais (perto de 16 dólares) actualmente custa 400 a 500 meticais (cerca de 8 dólares).
Angelina Filipe, que foi ao mercado grossista do Zimpeto para comprar batata e cebola para revender, disse ter ficado “assustada” com os preços que encontrou.
“Venho comprar cebola e batata para a minha banca, e os preços são muito elevados. Não sei se consigo comprar hoje e acredito também que ao longo da semana os produtos estarão ainda mais caros por causa das festas”, lamentou.
Carla Mate é uma consumidora que se deslocou ao mercado do Zimpeto para fazer as suas compras atempadamente para a quadra festiva, mas pelos preços altos não conseguiu comprar tudo o que precisava.
“Esperava encontrar preços acessíveis, uma vez que ainda não estamos na quadra festiva propriamente dita, mas as coisas estão muito caras, mesmo o próprio coco custa cerca de 30 a 40 meticais, quando antes comprávamos a 20 meticais”, referiu.
Por sua vez, Nando Raquel, vendedor de batata há sensivelmente cinco anos no grossista do Zimpeto, alegou que os preços dos produtos estão a subir devido ao elevado custo de compra na vizinha África do Sul.
“Estamos a comprar os produtos a preços altos na África do Sul e por isso nós também temos que agravar os preços, mas a nossa intenção não é prejudicar os clientes”, acrescentou.
Entretanto, o presidente da Associação dos Micro- Importadores de Moçambique, vulgarmente conhecida como ‘ Mukhero’, Sudecar Novela, falando à AIM, desmente que os preços tenham subido. Afirma que ao nível dos mercados grossistas ainda não se regista nenhuma subida de preços dos produtos.
“Eu penso que os preços que estão a ser praticados pelos vendedores ainda não podem ser considerados altos porque estão estáveis. Um saco de batata de 10 quilogramas custa 350 meticais. Ete é um preço normal’, afirmou.
Segundo Sudecar, os consumidores “é que têm o hábito de especular preços na expectativa de o Governo intervir para baixar o valor da aquisição dos produtos”.
“Os nossos consumidores gostam de andar a especular preços, afirmando que estão altos, pensado que com essas atitudes o Governo vai baixar os preços mas esquecem que estamos num país de economia de mercado, no qual as decisões relativas a produção e distribuição são guiados pelos sinais de preços criados pela lei da oferta e da demanda”, salientou.
Novela assegurou que há stock suficiente para abastecer os principais mercados durante a quadra festiva que se avizinha.
“Acreditamos que não haverá roptura de stock porque há muita mercadoria, salvo se a chuva que caiu nos últimos dias tenha afectado igualmente as plantações de batata na África do Sul, porque as máquinas não conseguiram penetrar na terra, mas fora a esse facto teremos produtos suficientes para abastecer os nossos mercados”, referiu.