Governo Projecta Crescimento Económico de 2,9 Por Cento em 2022

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Moçambique deverá registar, em 2022, um crescimento económico na ordem de 2,9 por cento anunciou hoje o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.

Explicou que as projecções surgem num contexto em que o país regista avanços no cumprimento das medidas de prevenção e no processo de vacinação massiva da população contra a COVID-19, o que contribui para o controlo da propagação da pandemia.

As projecções, que constam na Proposta do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para o ano de 2022 (PESOE-2022), tiveram em conta a recuperação gradual da economia nos primeiros três trimestres do presente ano.

“Esta tendência de recuperação gradual da nossa economia, leva-nos também a prever que o nosso país venha a registar um crescimento económico de 2,1% até ao final do presente ano de 2021”, disse o governante, que falava hoje na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, na sessão da apresentação e debate do PESOE-2022.

A economia moçambicana registou no ano passado um crescimento negativo de 1,3%.

O governo projecta ainda, para 2022, a manutenção da estabilidade do nível geral de preços a um dígito, medida pela inflação média anual, em 5,3%; atingir 5,2 mil milhões dólares norte-americanos em exportações; constituição de reservas internacionais líquidas para cobrir seis meses de importações de bens essenciais para o funcionamento da economia; e um fluxo de investimento directo estrangeiro no valor global de cerca de 3,2 mil milhões de dólares.

O Primeiro-Ministro aponta como principais sectores que deverão contribuir para o alcance do crescimento económico a agricultura, indústria transformadora, energia e indústria extractiva.

No domínio da agricultura, o Executivo prevê um crescimento de 4,7% justificado pelo aumento de novas variedades de culturas, pacotes tecnológicos, número de extensionistas, conjugado com as boas perspectivas da época chuvosa.

No domínio da indústria extractiva, a previsão de crescimento é de 4,1%, impulsionado pelo início da produção e venda de gás natural, a partir do segundo semestre de 2022, no âmbito da Plataforma Flutuante do projecto Coral Sul na bacia do Rovuma, norte de Moçambique.

No sector da energia espera-se um crescimento de 3,2% com a conclusão e entrada em funcionamento das centrais solares de Metoro e Cuamba, com capacidade para a produção de 61 e 41 megawatts, respectivamente.

Carlos Agostinho do Rosário disse que a elaboração da proposta do PESOE-2022 também foi formulada num contexto em que se regista um aumento na actividade económica mundial, o que está a concorrer para o incremento do volume do comércio internacional.

Entre os fundamentos para a melhoria do desempenho da economia mundial, segundo o governante, são apontados progressos na implementação das medidas de controlo da propagação da COVID-19, em especial as campanhas de vacinação, as quais permitiram o alívio das medidas restritivas de prevenção e combate à pandemia a escala global.

É neste contexto que, segundo Carlos do Rosário, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projecta, para 2022, um crescimento de cerca 4,9% para a economia mundial e de 4,1% para a economia da África Sub-Sahariana.

O Primeiro-Ministro disse que a proposta do PESOE-2022 foi elaborada num contexto em que o nosso país tem vindo a registar progressos no combate ao terrorismo e na implementação do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da força residual da Renamo, o que concorre para a consolidação da paz e livre circulação de pessoas e bens.

A proposta hoje apresentada é o primeiro instrumento de planificação elaborado nos termos da nova Lei do Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).

A nova Lei do SISTAFE prevê a integração do Plano Económico e Social (PES) e do Orçamento do Estado (OE) num único documento.

Para o Primeiro-Ministro esta metodologia “constitui uma evolução qualitativa na medida em que estabelece maior ligação entre as acções inseridas no plano e a respectiva previsão orçamental, assim como os resultados esperados”.