Porto de Maputo Passar a Receber Navios até 300 Metros

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O Porto de Maputo, na capital de Moçambique, está a elevar a sua capacidade de atracagem e de manuseamento de carga, depois de terem sido investidos, para este propósito, 70,5 milhões de dólares norte-americanos.
Para o efeito, estão em curso obras de construção de raiz e modernização dos cais 6, 7, 8 e 9, o que vai permitir que, a partir do próximo ano, o porto passe a receber navios de grande calado em simultâneo.
Segundo o “domingo”, as intervenções incluem a construção de pavimento de acesso, defesas, onde os navios encostam ao atracar, cabeços, linha-férrea, torres de iluminação, uma vez que o porto funciona 24 horas, além de redes de serviços.
As obras foram adjudicadas à construtora Mota-Engil, num investimento estimado em 70,5 milhões de dólares norte-americanos, dos quais 52,5 milhões estão a ser aplicados nos cais 6, 7 e 8, e cerca de 18 milhões para o cais 9.
Até ao momento foram terminadas obras dos cais 9 e 8, faltando 7, a ser finalizado ainda neste mês de Novembro, enquanto o cais 6 estará pronto em Fevereiro.
Os cais 6, 7 e 8 beneficiarão igualmente, no princípio do próximo ano, de trabalho de dragagem visando aumentar a profundidade dos actuais -12 para -16 metros. O cais 9 passará de -12 metros para -15.
O Porto de Maputo está desde Abril de 2003 sob gestão da Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), uma empresa privada, nacional, que resulta da parceria entre os Caminhos de Ferro de Moçambique e a Portus Indico, constituída pela Grindrod, DP World e a empresa moçambicana Mozambique Gestores.
A MPDC detém os direitos de financiamento, reabilitação, construção, operação, gestão, manutenção, desenvolvimento e optimização de toda a área de concessão. A empresa tem também poder de Autoridade Portuária, sendo responsável pelas operações marítimas, reboque, estiva, operações nos terminais e armazéns, bem como planeamento e desenvolvimento portuário.
A concessão da infra-estrutura foi estendida em Junho de 2010 por mais 15 anos, com opção de mais 10 para operações após 2033.
Dados do MPDC revelam que os volumes manuseados pelo porto em 2020 decresceram 13 por cento em comparação a 2019, tendo sido manuseados 18.3 milhões de toneladas contra as 21 milhões de toneladas no ano anterior. Esta redução é atribuída principalmente aos efeitos da pandemia da COVID-19 e às medidas tomadas para conter a sua propagação, nomeadamente o encerramento de fronteiras e o lockdown sul-africano entre Março e Abril de 2020 e as restrições no funcionamento a fronteira que se sentiram durante todo o ano.
Para 2021, o Porto de Maputo prevê uma recuperação cautelosamente optimista. “Estamos convictos que, apesar de ainda sob o efeito das medidas da pandemia, iremos colher os frutos do nosso investimento na infra-estrutura portuária e em soluções tecnológicas”, frisou Osório Lucas, director executivo da MPDC.